Não está a ser fácil a vida para a Tesla desde que Elon Musk assumiu o departamento de eficiência governamental da presidência de Donald Trump.
O lucro da construtora caiu mais de dois terços (no primeiro trimestre em termos homólogos, numa revolta contra a empresa que se reflectiu nas vendas e na acentuada desvalorização bolsista.
Os números divulgados na terça-feira indicam uma contração do resultado líquido em 71%, para 409 milhões de dólares, apesar da baixa nas vendas de 9%, para 19,33 mil milhões de dólares.
As expectativas dos observadores do sector, consolidadas pela FactSet, apontavam, respetivamente, para 1,44 mil milhões e 21,13 mil milhões de dólares.
Os resultados decepcionantes são conhecidos quando a empresa está a sofrer as consequências do envolvimento de Musk no governo de Donald Trump.
O departamento que lidera, baptizado como de eficiência governamental, tem promovido despedimentos massivos nos Estados Unidos, além de nunca ter escondido o seu apoio à extrema-direita na Europa.
A gravidade desta situação é assumida pelo próprio multimilionário, que já anunciou que irá dedicar mais tempo aos negócios e menos à política.
Concorrência a crescer
Para tentar travar as quedas das ações da Tesla, que já desvalorizaram mais de 40% desde o início do ano, espera-se que a empresa promova uma conferência telefónica com investidores.
Na calha poderá estar a apresentação duma versão mais barata do Model Y, que é também o SUV mais vendido da marca.
Espera-se ainda que em Junho arranque um serviço de robotaxi sem condutor na cidade de Austin, no Texas.
Também a entrada de competidores no mercado, com ofertas eléctricas que rivalizam com a gama da Tesla, tem provocado os seus "estragos".
No início deste ano, a chinesa BYD anunciou que tinha desenvolvido um sistema de carregamento capaz de abastecer a bateria do veículo em minutos.
E os rivais europeus da Tesla começaram a oferecer novos modelos com tecnologia avançada que fazem deles alternativas reais aos carros de Musk, além da opinião pública na Europa ter-se virado contra ele.
Os investidores acreditam que a fabricante será menos afetada pelas taxas alfandegárias impostas por Trump do que outros construtores automóveis.
Todavia, mesmo se produz a maior parte das viaturas nos Estados Unidos, não fica totalmente imune, uma vez que alguns materiais são importados, pelo que vão ficar mais caros.
É ainda de considerar a retaliação proveniente da China, que deixou de aceitar encomendas locais para os Model S e Model X, enquanto os Model 3 e Model Y para o mercado chinês na fábrica que tem em Xangai.
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